Sindhosba

O desafio da assistência médica integral e universal pautada pela equidade tem dois grandes pilares. O primeiro deles diz respeito às questões do envelhecimento, que cria um perfil epidemiológico diferente . O segundo é a inclusão tecnológica que deve ser inserida sempre que agregar valor para o paciente.

As organizações de saúde deverão se transformar em verdadeiros sistemas e assim poderão ter uma interface mais íntima com o paciente, desde a atenção primária até os cuidados terminais. Caso isso não ocorra, não haverá recursos para sustentar uma assistência digna à sociedade, pois a fragmentação alimenta os intermediários e as redundâncias.

A medicina, que já foi romântica no passado e que tem características métricas no presente, vem assumindo um padrão moral que exige uma reflexão de todos nós, atores da área da saúde e também de fora dela.

Na oftalmologia, fica clara a mudança desse cenário. Se há trinta anos as pessoas vinham aos nossos consultórios para trocar seus óculos, hoje elas nos procuram para se livrar deles. Com o envelhecimento, certas condições mais raras no passado, como degeneração macular, glaucoma e até mesmo catarata, passaram a ter maior importância, e nesse caso a tecnologia faz a diferença.

Entretanto, dentro de uma visão social, cabe a nós encontrar respostas que possam socializar o direito a esses benefícios. É papel do médico não só agir tecnicamente, mas ser propositivo nas respostas de sustentação que possam fazer da saúde um verdadeiro direito de cada cidadão.

Fonte: Veja – SP