Sindhosba

Esse questionamento atormenta todos os segmentos profissionais e patronais, notadamente aqueles que possuem data-base no primeiro semestre do ano, pois diversamente de 2015 – quando ainda persistentes eram as esperanças de crescimento e estabilização econômica – o ano de 2016 revela-se assustador.

Os dados e as projeções vinculadas ao dito “mercado de trabalho” não permitem avanços negociais.

Tome-se a redução consolidada do PIB em 2015, na ordem de 3,7%, e projeção de retração ao redor de 4% para o ano de 2016, o que significa contração, em processo contínuo, da economia brasileira desde o segundo trimestre de 2014 conforme estudos da Fundação Getúlio Vargas, o que impacta e impactará, ainda mais, na saúde financeira dos empreendimentos geradores de emprego.

Como consequência, o IBGE já consigna, mediante pesquisa Pnad Contínua, que a taxa de desemprego correspondeu a 6,8% no ano de 2014 e totalizou aproximadamente 8,5% no ano de 2015, com flagrante majoração ao final do segundo semestre de 2015. Com isso, é aguardado – infelizmente – que na primeira pesquisa de 2016 o percentual corresponda a 10%, com projeção de elevação ao final do ano de 2016.

Diante dessa realidade, indicativa da redução de receitas pela retração do consumo e pela impossibilidade de repasse dos custos acumulados pelos empreendedores, é de se esperar um ambiente negocial consciente e responsável de quão frágil será o diálogo desejoso de avanços salariais e retributivos.

Escrito por Dr.José Pedro Pedrassani , assessor jurídico da FEHOSUL e membro do Conselho Jurídico da CNS