Sindhosba

Apesar do crescimento significativo do número de sindicatos existentes no país, o número de associados tem diminuído gradativamente com o passar dos anos. Dados recentes do IBGE apontam que apenas 17,2% dos ocupados são vinculados a organizações representativas de classe. Um dos motivos para esse desinteresse pode ser associado à falta de identificação da população com a organização representativa ou até mesmo a tímida mobilização de uma determinada categoria sindical.

Para o presidente do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba), Dr. Raimundo Correia, de modo geral os sindicatos são compostos por pessoas que são mais amadurecidas social e politicamente. “Essas pessoas possuem a consciência de que tem o dever de prestar o serviço à comunidade”, afirmou. Fato este, que pode justificar o número menor de participações e de contribuições sindicais.

A pluralização, ou seja, a existência de mais de uma representação voltada para o mesmo grupo de trabalhadores ou empresários em um território também não é vista com bons olhos por Dr. Raimundo Correia. “Eu comparo a dicotomização dos sindicados ao número de partidos políticos existentes no país. No momento que você separa ou fragmenta muito, você perde aquele objetivo inicial que é a unicidade e a força dessa associação”, destacou.

O pensamento de Dr. Raimundo Correia diverge do presidente do Sindilojas, Paulo Motta. Para ele, a unicidade poderia limitar a participação da população. “A pluralidade sindical pode permitir uma maior defesa de temas mais específicos de cada categoria”, destacou.
Já o procurador do Trabalho, Jairo Santo-Sé, acredita que a pluralidade seria talvez o modelo ideal, mas que existe um receio justificável de uma possível interferência do setor patronal, que poderia criar sindicatos visando interesses próprios e não exatamente os interesses dos trabalhadores.

Representação Sindical

O fortalecimento e a representatividade dessas categorias foi tema de encontro, realizado nos dias 15 e 16, em Salvador, e que reuniu juízes, sindicalistas, e estudantes interessados pelo tema. A pluralidade e a unicidade, bem como a representação sindical e da relação com os Juízes de Trabalho da Região do Nordeste, foram debatidas durante todo o encontro, que contou com a participação de mais de 150 pessoas.

De acordo com o Juiz do Trabalho e organizador do evento, Agenor Calazans, o objetivo foi promover a aproximação e a troca de experiências entre juízes e sindicalistas. “É importante que o sindicalista tenha, na medida do possível, o conhecimento jurídico do juiz e, por outro lado, que o juiz conheça a experiência do sindicalista. Esse foi um espaço democrático e de troca, acima de tudo”.