Sindhosba

Os hospitais brasileiros começam a entrar na era da digitalização. Um projeto da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) aponta as dez diretrizes para atingir o nível de hospital digital. São várias as etapas que envolvem investimentos em equipamentos modernos, sistemas de informação, soluções tecnológicas, gestão e capacitação de pessoal. As ferramentas tecnológicas trarão mais segurança para o paciente e para os profissionais de saúde. A meta é eliminar 100% o papel e usar a assinatura eletrônica em toda a cadeia de serviços, desde o momento que o paciente entra no hospital até a alta médica.

Para se tornar um hospital digital, a instituição precisa obter a certificação internacional Eletronic Medical Record Adoption Model (EM RAM), da Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS). Carlos Figueiredo, diretor-executivo da Anahp, explica que o projeto proposto pela entidade se baseou nos modelos e requisitos de acreditação nacionais e internacionais em tecnologia da informação (TI). Segundo ele, esse formato prevê a incorporação progressiva de tecnologias ao processo assistencial, que passa por estágios evolutivos em uma escala de 0 a 7. Um hospital no nível 0, por exemplo, não possui nenhum tipo de sistema de tecnologia de assistência ao paciente No nível 7, o hospital é 100% digital.

“O hospital 100% digital é aquele onde não tramita mais papel internamente, onde se faz tudo eletrônicamente através de um conjunto de sistemas que dão suporte à operação e à tomada de decisão médica e dos enfermeiros”, diz Figueiredo. Segundo ele, o uso da TI nos hospitais brasileiros baseada nos modelos EMRAM é ainda incipiente. Até setembro de 2014, apenas 9 instituições privadas haviam sido classificadas seguindo os critérios da entidade. “É um processo que leva tempo, mas os hospitais estão montando os seus sistemas de automação, gestão de processos, controle de prescrição, digitalização e adoção de sistemas de imagens digital integrados ao prontuário.”

Dois hospitais brasileiros foram reconhecidos oficialmente pela HIMSS como estágio 6. Um deles é o Sírio Libanês, em São Paulo. O outro é o Hospital Unimed Recife III, no Recife. O executivo da Anahp destaca que um hospital digital deve possuir muito mais que um sistema para atender as especificidades de seus setores. “A TI tem evoluído muito. Na área assistencial é possível citar o prontuário eletrônico do paciente, checagem à beira do leito, sistemas de apoio à decisão clínica, protocolos clínicos.” No campo administrativo, ele cita os sistemas de controladoria de finanças, orçamento e suprimentos, folha de pagamento. “Existem grupos com iniciativas muito robustas, como a Santa Casa na Bahia e o Grupo Santa Joana, no Recife.”

Fonte: Diário de Pernambuco