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Para fazer frente à complexidade da prestação de serviço em saúde, faz-se necessária uma coordenação das atividades e sistemas administrativos, através de uma gestão hospitalar profissional. Neste contexto está inserido o gerenciamento de riscos. A questão da segurança da assistência aos pacientes parece um assunto tão óbvio e incorporado ao cotidiano que, quando noticiada pela mídia, a reação é de perplexidade. Mas como evitar eventos indesejáveis e fazer o gerenciamento dos riscos? Bem, a princípio, aplicando-se o conceito preconizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que define segurança do paciente, como “redução a um mínimo aceitável, do risco de dano desnecessário, associado ao cuidado de saúde” sendo dano, compreendido como o comprometimento da estrutura ou função do corpo e/ou qualquer efeito dele oriundo, incluindo-se doenças, lesão, sofrimento, morte, incapacidade ou disfunção, podendo ser físico, social ou psicológico. Para evitar a ocorrência de danos, adotam-se medidas de segurança que servirão de barreiras para evitar as ocorrências.

Para implantação destas medidas, etapas importantes precisam ser cumpridas, dentre elas destaco: a análise que envolve a apreciação das causas e fontes de riscos, suas consequências positivas ou negativas e a probabilidade de sua ocorrência. Quais estratégias e métodos seriam mais adequados para combater estes riscos e/ou eventos indesejáveis ocorridos Já a avaliação consiste no olhar da aplicabilidade destas estratégias. Auxilia na tomada de decisões sobre quais riscos necessitam de outros tratamentos e/ou intervenções e quais seriam as prioridades para sua implementação. Por fim, o tratamento de novas ocorrências, fornece os controles que fortalecem e/ou modificam as barreiras existentes, com o objetivo de reduzir os riscos dos eventos. Se há ou não a necessidade de novas intervenções ou de definição de novos processos ou treinamentos dependerá da sinalização da avaliação de riscos mensurada pela vigilância regular e do número de ocorrência/gravidade correlacionada ao mesmo.

A determinação do fluxo do processo é de suma importância. Contudo, não teremos os resultados esperados, se não houver a disseminação da cultura de segurança em toda instituição. É fundamental a sensibilização e envolvimento de todos no processo. Percebe-se, cada vez mais, como é importante que a instituição mantenha os profissionais qualificados através de treinamentos, que os sensibilizem para a gestão de risco e os estimulem a ter um pensamento crítico perante as situações de sua rotina de trabalho.

Neste sentido, a Liderança tem o papel de multiplicador da gestão de riscos, na medida em que assume a co-responsabilidade de educador de sua equipe e da comunidade, estimulando-os a notificar os eventos adversos e também a reconhecê-los. É um processo complexo, por envolver profissionais de diferentes áreas do conhecimento.

Importante ressaltar também a contribuição deste gerenciamento sob a óptica econômico-financeira e da imagem institucional. Gestores treinados são capazes de tratar com eficiência as incertezas, bem como os riscos e as oportunidades a elas associadas, a fim de melhorar a capacidade de gerar valor, bem como são capazes de atingir padrões mais elevados de qualidade e redução dos custos. Para imagem institucional, possibilita mensuração de indicadores dos desfechos assistenciais e da qualidade da assistência prestada.

Fonte: Visão Hospitalar