O cenário econômico brasileiro não mudou as perspectivas da fabricante Dell e o país continua tão importante quanto antes, segundo Michael Dell, fundador e executivo-chefe da companhia. “Em mercados como o Brasil, você tem que lidar com a volatilidade. Se você estiver disposto a ficar ao lado dos clientes, você pode se dar bem no longo prazo”, disse o executivo ao Valor, após a coletiva de imprensa de abertura do Dell World, o evento anual da fabricante para parceiros e clientes.
O negócio no Brasil tem uma receita de cerca de US$ 1 bilhão, segundo estimativas, e pode adicionar mais US$ 200 milhões após a conclusão da compra da fabricante de equipamentos de armazenamento de dados EMC, anunciada na semana passada, por US$ 67 bilhões. Com o acordo, a Dell também assumiu o controle da empresa de software VMware.
De acordo com o executivo, a operação é resultado de uma visão diferente sobre o mercado que a Dell tem em relação a um de seus principais competidores, a HP. A partir de 1º de novembro, a companhia vai operar como duas empresas separadas, uma voltada à venda de produtos ao consumidor final, e outra de serviços a empresas. “Achamos que a escala é importante. E os clientes querem menos fornecedores, não mais”, disse o executivo.
Com a compra, que só deve ser aprovada no começo de 2016, a Dell se tornará uma empresa de aproximadamente US$ 80 bilhões em receita e 180 mil funcionários. “Temos muito trabalho pela frente”, disse o executivo ao se referir ao processo de integração dos negócios.
Logo após o anúncio, a executiva-chefe da HP, Meg Whitman, mandou um e-mail aos funcionários condenando o acordo. Segundo ela, a operação cria uma oportunidade para a companhia, já que a Dell terá que lidar com um grande endividamento, tendo que tirar US$ 2,5 bilhões de seu investimento em pesquisa e desenvolvimento. De acordo com Dell, a executiva errou nos números. “Eles são grandes parceiros da VMware, não tenho mais o que dizer”, brincou.
O Dell World acontece em Austin, Texas, até amanhã.
Fonte: Valor Online