Março é o mês em que se comemora o #DiaMundialDoRim, e a Doença Renal Crônica (DRC) ganha atenção especial. A falha no funcionamento dos rins pode ocorrer na infância, ocasionada por hereditariedade, diabetes ou ainda devido ao sobrepeso e à obesidade.
Em 2016, a ABESO (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica) apresentou uma pesquisa onde confirma que, no Brasil, aproximadamente 1/3 das crianças de 5 a 9 anos de idade está com excesso de peso. Projeções da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam ainda que até 2025 o número de crianças nessas condições pode chegar a 75 milhões.
Para a médica Maria Cristina de Andrade, nefrologista pediátrica da MBA Pediatria e da UNIFESP, indivíduos obesos têm uma hiperfiltração compensatória para equilibrar seu metabolismo, e esse esforço dos rins pode acarretar o desenvolvimento da Doença Renal Crônica, definida pela presença de lesão e/ou pela perda da função renal.
As DRCs não são curáveis e seus portadores podem precisar de cuidados para o resto de suas vidas. Além disso, a doença poder evoluir para insuficiência renal, requerendo diálise ou transplante de rins no futuro. O mau funcionamento dos rins afeta o desenvolvimento físico, intelectual, emocional e social, principalmente nas crianças, além de causar morbidade em quase todos os órgãos do corpo humano.
Outros problemas de saúde desencadeados pela Doença Renal Crônica são as cardiovasculares, que precisam de cuidados específicos. Da mesma forma, quando associada ao sobrepeso e à obesidade, que nestes casos podem ter como medida de prevenção primária hábitos que melhores a qualidade de vida do paciente, tais como a prática de atividade física e alimentação adequada desde a tenra idade.
Para a nefropediatra, é fundamental também que bebês, crianças e adolescentes consumam menos produtos industrializados, como refrigerantes e fast-foods, além do acompanhamento pediátrico periódico.
A função do #DiaMundialDoRim e das campanhas promovidas por diversas entidades nacionais e internacionais ligadas ao tema é conscientizar pais, cuidadores, educadores e profissionais de saúde para os problemas decorrentes da enfermidade. Dada a epidemia de obesidade e sobrepeso entre crianças e adolescentes, a prevenção em seus primeiros estágios possibilitará a avaliação precoce e, consequentemente, o melhor tratamento para a saúde do paciente.
Fonte: UOL