Sindhosba

Um líder complicado deixa a equipe estressada, afeta todo o clima organizacional e, a longo prazo, prejudica a empresa, que fica suscetível à perda de talentos e de produtividade. Ainda assim, chefe é chefe e a vaga na empresa está nas mãos dele. Conviver com uma liderança complicada é um desafio. A boa notícia é que, nesse caso, não há barreira invencível.

“Um chefe difícil é aquele que não tem controle do seu próprio estado emocional. Fala com agressividade, aceita opiniões com dificuldade e causa problemas nas relações interpessoais”, afirma Wladimir Martins, diretor de gestão do conhecimento da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).

Wladimir possui um estudo sobre os diferentes perfis de líderes organizacionais, que inclui desde os chefes mais flexíveis até os apontados como psicopatas corporativos.

A sua receita para lidar com gestores irritados é simples: o funcionário tem de cumprir com o que foi decidido nas reuniões, mostrar com clareza e objetividade os resultados do trabalho e apontar os obstáculos acompanhados de propostas de soluções. O especialista também recomenda que,nos momentos de tensão, o trabalhador mantenha a calma e jamais revide, no mesmo tom, a agressividade do superior.

O agente de segurança Raylson Araújo, 29 anos, já passou por três chefes complicados e tentou melhorar a convivência de diferentes formas. “No inicio, eu confrontava e quase fui demitido. Depois, passei a aceitar tudo, mesmo sabendo que ele estava errado, mas eu precisava muito do trabalho”, contou.

Isolamento

Conviver com um chefe difícil também pode causar isolamento e queda na produtividade do trabalhador, como aponta a psicóloga Silvia Barreto. “A psicologia organizacional do trabalho recomenda que os colaboradores façam tentativas de diálogo com seus líderes para melhorar o clima no trabalho. É importante saber ouvir o lado do chefe, pois os prazos e a cobrança por resultados podem intensificar o descontrole emocional”, explicou.  Desabafar com os colegas para entender que não é uma questão pessoal e focar mais na qualidade do próprio trabalho do que nas reações do chefe são táticas para evitar queda no rendimento, orienta.

Fonte: Correio 24 horas