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Prazo para implantar sistema termina em menos de duas semanas. Sistema foi criado pelo Ministério da Saúde em 2011.

Está terminando o prazo para todos os municípios brasileiros adotarem o prontuário eletrônico – que acelera o atendimento no SUS, mas a maioria ainda não tem o sistema.

A dona Ilana foi para uma consulta e não precisou repetir para a médica todo o histórico de atendimentos. Está tudo no prontuário eletrônico. Até os resultados de exames laboratoriais podem ser acessados pelo computador, em qualquer posto de saúde de Belo Horizonte.

“Facilita porque se eu tivesse que sair para pegar o exame em outro lugar, outro dia, já são esforços grandes para quem está em de processo assim, de doença, então é complicado. Eu achei fantástico”, diz a fotógrafa.

A consulta fica mais eficiente também para o SUS.

“A gente pode atender mais pessoas porque está mais rápido através do sistema”, garante a médica Valéria Bossi Simão.

Mas no norte de Minas, Glaucilândia não tem essa modernidade nos postos de saúde não.

“Nós não temos internet e não temos também os computadores ainda. Nós estamos aguardando um posicionamento do Ministério da Saúde”, afirma o prefeito da cidade, Geraldo Martins de Freitas.

É que foi o Ministério da Saúde que criou o sistema eletrônico em 2011 e determinou que ele deveria ser implantado em todo o país.

Deveria. Porque, segundo o Governo Federal, cerca de 65% dos municípios brasileiros ainda não colocaram em prática o prontuário eletrônico. Neles, os postos de saúde continuam registrando os históricos dos pacientes só no papel.

O problema é que o prejuízo para população pode ser ainda maior que o atraso tecnológico.

Os repasses financeiros para programas como o “Saúde da Família” podem ser suspensos para os municípios que não implantarem o prontuário eletrônico até o dia 10 de dezembro, nem justificarem o atraso.

Os municípios alegam que apesar de a portaria ser antiga, o prazo final só foi definido há dois meses.

“Nós podemos ter suspensão de serviços, falta de materiais. Então, a partir do momento que os municípios deixarem de receber os recursos federais para a atenção básica, a gente pode ter todos esses problemas”, diz Juliana Marinheiro, da Associação Mineira de Municípios.

“O tempo nosso também é gasto demais com esse tipo de atendimento, uma coisa que, com um click, nós conseguiríamos resolver o problema”, avalia a enfermeira Fátima Barroso.

O Ministério da Saúde declarou que trabalha com o Ministério das Comunicações para fortalecer a transmissão de dados. E que os gestores que tiverem dificuldades na implantação do prontuário devem enviar as solicitações até o dia dez de dezembro.

Fonte: Jornal Nacional