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VIGITEL, pesquisa por telefone do ministério da saúde alerta para mudanças de hábitos dos brasileiros, nem sempre saudáveis. Os dados percentuais retirados da pesquisa, apesar de discutível valor estatístico e rigor científico, mostram que, apesar do aumento de excesso de peso, obesidade e doenças crônicas, a população vem modificando o estilo de vida, com inclusão de exercícios na rotina e melhoras na alimentação.

Por ações contínuas da mídia, que identifica o interesse por estilo de vida saudável, nesse inserido a alimentação, observa-se um aumento do consumo de frutas, legumes e verduras, certamente fora das recomendações de cinco porções diárias, mas já uma mudança saudável.

Por exemplo, com relação ao consumo de frutas e hortaliças, apesar do aumento nos últimos anos, em 2016, apenas um entre três adultos consumiu esse tipo de alimento em cinco dias da semana. Ou seja, esse número deve aumentar e o consumo deve ser mais frequente. Além disso, sobre as atividades físicas, é importante que sejam praticadas não só em momentos de lazer, mas que se tornem rotineiras e sejam incluídas na maioria dos dias da semana.

Obesidade

– Crescimento da obesidade no Brasil: em dez anos, a prevalência da obesidade no país passou de 11,8% em 2006 para 18,9% em 2016, atingindo quase um em cada cinco brasileiros.

– Maior entre os que têm menor escolaridade: os que têm até oito anos de estudo apresentam índice de obesidade de 23,5%. O percentual cai para 18,3% entre os brasileiros com nove a 11 anos de estudo e para 14,9% entre os que têm 12 ou mais anos de estudo.

– A obesidade aumenta com o avanço da idade. A prevalência da obesidade duplica a partir dos 25 anos de idade.

– Nas pessoas com idade entre 18 e 24 anos, por exemplo, o índice é de 8,5%. De 25 a 44 anos, 17%. Entre brasileiros de 35 a 44 anos, o índice é de 22,5% e, entre os com idade de 55 a 64 anos, o número chega a 22,9%. Na população com 65 anos ou mais, o índice é de 20,3%.

Sobrepeso

– Mais da metade da população está com peso acima do recomendado.

– Excesso de peso cresceu 26,3% em dez anos, passando de 42,6% em 2006 para 53,8% em 2016.

– O sobrepeso cresceu mais entre os homens, saltando de 47,5% para 57,7% em dez anos. Entre mulheres, o índice subiu de 38,5% para 50,5%.

– Os indicadores de excesso de peso aumentam com a idade. Em pessoas com idade entre 18 e 24 anos, o índice é de 30,3%. Entre 35 a 44 anos, o índice é de 61,1% e, entre os com idade de 55 a 64 anos, o número chega a 62,4%. Na população com 65 anos ou mais, o índice é de 57,7%.

– O sobrepeso é maior entre os que têm menor escolaridade: 59,2% das pessoas que têm até oito anos de estudo apresentam excesso de peso. O percentual cai para 53,3% entre os brasileiros com nove a 11 anos de estudo e para 48,8% entre os que têm 12 ou mais anos de estudo.

Doenças crônicas

– Aumento de 61,8% do número de pessoas diagnosticadas com diabetes (de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016) – indicador aumenta com a idade e entre os que têm menor escolaridade.

– Aumento de 14,2% de hipertensão (de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016) – indicador aumenta com a idade e entre os que têm menor escolaridade.

Consumo rotineiro de Álcool

– Estabilidade no consumo abusivo de álcool e também de bebida alcoólica antes de dirigir.

Hábitos saudáveis

– Aumento do consumo regular de frutas e hortaliças (mas apenas um em cada três adultos consome em cinco dias da semana).

– Redução no consumo de refrigerantes e sucos artificiais. Em 2007, o indicador era de 30,9% e, em 2016 foi 16,5%.

– Aumento na atividade física no lazer – população com mais de 18 anos também está praticando mais atividade física. Em 2009, 30,3% da população fazia exercícios por pelo menos 150 minutos por semana, já em 2016 a prevalência foi de 37,6%. Jovens de 18 a 24 anos são os que mais praticam atividades físicas no tempo livre.

Transição alimentar

– O consumo de alimentos ultra processados e o sedentarismo estão impactando o avanço da obesidade e da prevalência de diabetes e hipertensão, doenças crônicas não-transmissíveis.

– Mudança negativa no hábito alimentar da população – diminuição da ingestão de ingredientes considerados básicos e tradicionais na mesa do brasileiro, como feijão. E apenas 1 entre 3 adultos consome frutas e hortaliças em cinco dias da semana.

Resumo estatístico

– Aumento do consumo regular de frutas e hortaliças (de 33% em 2008 para 35,2% em 2016).

– Aumento da prática de atividades físicas nos momentos de lazer/tempo livre (de 30,3% em 2009 para 37,6% em 2016).

Redução do consumo de refrigerantes e sucos artificiais (de 30,9% em 2007 para 16,5% em 2016).

– Mais da metade da população está com peso acima do recomendado. O excesso de peso cresceu 26,3% em dez anos (de 2006 a 2016).

– 18,9% dos brasileiros estão obesos. A obesidade cresceu 60% em dez anos (de 2006 a 2016).

– Aumento em 61,8% do número de pessoas com diabetes (de 5,5% em 2006 para 8,9% em 2016).

– Aumento em 14,2% do número de pessoas diagnosticadas com hipertensão (de 22,5% em 2006 para 25,7% em 2016).

– Por fim, independente de análises científicas mais apuradas, os dados do VIGITEL jogam uma luz na necessidade de educação para hábitos saudáveis, educação nutricional nas escolas, aumento da permanência das crianças nas escolas com aumento de atividade física e campanhas de utilidade pública motivacionais e focadas em educação.

Outro ponto importante, a semelhança das experiências de outros países, é evitar a taxação de alimentos ditos vilões ou mesmo colocar advertências similares aquelas dos cigarros. Ações punitivas ao consumo, inserindo imagens e símbolos nas embalagens tem vida curta. O aumento dos impostos, interferindo nos preços, é rapidamente absorvido pelos produtores, em constante luta por manter a sua participação no mercado e temendo perder clientes.

O VIGITEL abre de forma escancarada a necessidade de projetos educacionais, com vida mais saudável teremos menos doenças e menos gastos em saúde.

Fonte: Veja