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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse aos deputados das comissões de Seguridade Social e Fiscalização Financeira e Controle que é possível usar melhor 20% dos recursos do sistema de saúde, ou R$ 50 bilhões, com a informatização da gestão. Ele defendeu a ideia de que a falta de recursos para o setor não é generalizada e que os governos têm que gastar melhor o que já têm.

Barros disse que espera uma decisão favorável do Supremo Tribunal Federal ao argumento de que o atendimento da população tem limites. Isso deverá acontecer com o julgamento de duas ações, uma delas sobre a disponibilização de medicamentos de alto custo:

“Eu espero que ao final deste julgamento o Supremo Tribunal Federal decida que o SUS é tudo o que está disponível no SUS para todos. Isso nos dará, a nós gestores, uma tarefa finita, possível. Por que não é possível tudo para todos? Porque nós cidadãos temos capacidade contributiva limitada. Nós temos que trabalhar com os recursos que temos. Eu não farei campanha dentro do governo contra a área econômica, pedindo mais dinheiro para a Saúde”.

Barros disse que a informatização vai possibilitar o pagamento de serviços efetivamente prestados, fiscalizando melhor a produtividade dos médicos do Sistema Único de Saúde, por exemplo. Segundo ele, tem havido uma grande resistência ao cumprimento da carga horária. Outros exemplos que o ministro deu de mal uso dos recursos foram a informação de que os pacientes não comparecem a 30% das consultas marcadas e o dado de que 80% dos exames radiológicos pedidos tem resultado normal.

Vários deputados da base do governo elogiaram o que chamaram de “pragmatismo” do ministro e, em especial, o atendimento personalizado que ele estaria dando aos parlamentares. Segundo Barros, a execução de emendas individuais subiu de 31,6% em 2015 para quase 80% em 2016. O deputado Chico D’Angelo (PT-RJ), porém, foi um dos que ressaltou que, na sua opinião, o maior problema da área de Saúde é a falta de recursos:

“De todos os ministros da Saúde que eu conheci, desde a minha trajetória como sindicalista, é o primeiro ministro que tem uma visão da questão relativa ao financiamento do SUS; de que o SUS não precisa de mais recursos, uma lógica completamente na contramão dos ministros anteriores”

Questionado sobre a necessidade de ampliação dos credenciamentos para serviços de alta e média complexidade, Barros disse que o deficit do setor é hoje superior a R$ 3 bilhões e, portanto, não haverá novos credenciamentos até o final do ano. Sobre o problema da febre amarela, Ricardo Barros informou que o governo ainda está avaliando a possibilidade de fracionar a vacina em 5 doses para ampliar a cobertura imediatamente.

Fonte: Jornal da Câmara